Em defesa do quarto compartilhado

Onde seu bebê vai dormir?

Para a esmagadora maioria das pessoas que conheço, a resposta é automática: no quartinho dele, claro! Afinal, “o quarto do bebê” é um dos pilares da preparação para a chegada de um novo membro da família. Para muitas famílias, foi no quarto que investiram a maior parte da grana e das energias: pesquisas, revistas, peregrinações a lojas, talvez até um projeto com arquiteto bacana, marcenaria etc. No quarto, depositaram sonhos, esperanças, expectativas e magia. Encheram o armário de roupinhas cuidadosamente lavadas, sapatinhos de diversos modelos, presentes de familiares e de amigos, além de pacotes e mais pacotes de fraldas. Compraram ou folhearam revistas para escolher o tom certo do papel de parede ou da tinta, das cortinas e, claro, o kit berço mais lindo que o orçamento permitiu. Afinal, o berço é a peça central do quartinho – o ponto para onde os olhares se voltam, o móvel que dá o tom para o resto da decoração; é quase como se fosse o trono do pequeno príncipe ou da pequena princesa que está prestes a coroar a vida do casal.

Quarto de príncipe/ princesa

Quarto de príncipe/ princesa

Eu também sonho com um quartinho lindo, digno de revista, porém com toques modernos e coloridos que fazem parte do meu estilo. Gosto da estética escandinava – linhas retas, minimalistas, madeira clara ou laca colorida – mas também me pego sendo seduzida pela burguesinha romântica que vive dentro de mim, cuja preferência é por um quartinho provençal, rigorosamente executado por arquitetos, com direito até a cortinas em toile de jouy (de preferência, uma leitura moderna da estampa).

Quarto hipster/ escandinavo

Quarto hipster/ escandinavo

Mas essas fantasias não duram muito porque aí eu me vejo, invariavelmente, sempre, implacavelmente, pensando na criança. Será que esse bercinho escandinavo/ provençal é onde ele/ela vai dormir feliz e em segurança? Será que esses móveis lindos (altos, inacessíveis, restritivos) e esse esquema de cores sofisticado (monótono, padronizado) compõem o espaço mais adequado para uma pessoinha em desenvolvimento? E, talvez o mais relevante para fins desse post, será que colocar um bebê pequeno para dormir num quarto sozinho é a medida mais prática, sensata e conveniente para ele e para os pais?

O quarto do bebê é algo relativamente recente na história da humanidade. Antes de morarmos em casas relativamente grandes, em núcleos familiares comparativamente pequenos, as crianças dormiam com os pais quando pequenas e depois dividiam todas um cômodo da casa. Estudos indicam que bebês que dormem no mesmo cômodo que os pais – seja em cama compartilhada, num berço ou moisés acoplado ou num colchão no mesmo quarto – têm mais sucesso regulando sua respiração e temperatura, apresentam menos sinais de estresse e mamam mais. Dormir em proximidade aos pais também pode proteger da síndrome da morte súbita infantil

É importante frisar que há diferentes formas de dormir junto do bebê (ou, para usar o termo inglês, praticar o co-sleeping). A mais culturalmente aceita é colocar o bebê para dormir num berço no quarto dos pais. Outra forma bastante comum na Europa e nos EUA é acoplar um bercinho ou moisés à cama do casal (o móvel até ganhou o nome de “co-sleeper”). A terceira opção – para muitos considerada “radical” – é a “cama compartilhada”, em que o bebê dorme junto dos pais na cama de casal (em inglês usa-se o termo “family bed”). Cabe ao casal discutir as três opções e escolher a que melhor lhe convém – sabendo, claro, que isso pode mudar de um dia para o outro, dependendo das necessidades e demandas de cada membro da família. Em um próximo post, darei entrarei em detalhes sobre como praticar o co-sleeping com segurança e prazer, incluindo depoimentos de quem fez essa opção e dicas de produtos que podem facilitar essa escolha.

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Seja qual for o método adotado, dormir em proximidade dos cuidadores (no mínimo no mesmo quarto) tem inúmeras vantagens:

  • facilita a amamentação (a proximidade poupa tempo e incentiva a produção da ocitocina, que ajuda na produção do leite);
  • fortalece o vínculo ( os pais se sentem mais próximos e mais ligados ao bebê, que por sua vez ganha mais atenção e carinho);
  • promove a rápida resposta às necessidades fisiológicas e emocionais da criança (que são muitas e não seguem uma rotina); 
  • tranquiliza os pais (que, por estarem perto, sabem que o bebê está bem).

Infelizmente, a primeira coisa que vem à mente quando se discute o quarto compartilhado são as supostas desvantagens – entre elas, a crença de que contribui para bebês mais dependentes, que dificultará a transição para a própria cama/o próprio quarto, e que prejudica a vida sexual do casal. Eu não vou dizer que isso não é verdade. Só vou sugerir algumas perguntas em contrapartida:

  1. Desde quando um bebê pequeno, que não anda e não fala nem se alimenta sozinho, é independente? Colocá-lo sozinho num ambiente estranho, sem calor humano, contribuirá para sua independência/autonomia – ou somente para sua solidão e aceitação da solidão?
  2. É possível criar um filho sem passar por momentos difíceis de transição? O nascimento já não é uma transição? Não faria sentido diminuir o número de eventos de transição no início da vida para que essa primeira fase no relacionamento pais e filhos seja mais suave e prazerosa? O que impede você de promover a transição para o próprio quarto quando a criança estiver, de fato, mais autônoma (andando, falando, curiosa para explorar o mundo)?
  3. Você acha mesmo que sua vida sexual será tão intensa quanto antes do bebê nascer – independente de onde ele for dormir? Você tem sofá/futon/chuveiro/ outros cômodos na casa? Sabia que, enquanto dorme, seu bebê não vai nem saber que você e o seu parceiro estão se divertindo um pouquinho?

Para finalizar, deixo vocês com as palavras proferidas pelo sábio pediatra espanhol Carlos González na entrevista à edição portuguesa da revista Pais e Filhos “Há muitas críticas ao co-sleeping. Que prejudica a autonomia da criança, que estraga o casamento… Se não prejudica o marido, não vai prejudicar o bebê. Há muitas mulheres que dormem com os seus maridos e isso não prejudica a sua independência, o seu crescimento, não acontece nada.”

[Ah, mais uma coisa, só para deixar claro: não tenho nada contra os lindos quartinhos de bebê das revistas. Só não sei se eles são os lugares mais apropriados para o bebê fazer essa transição ao mundo extrauterino. Afinal, acho que os sons e os cheiros de seus pais serão muito mais reconfortantes que o charmoso kit berço que lhes custou tanto ;-)]

46 Comentários

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46 Respostas para “Em defesa do quarto compartilhado

  1. tracy matsubara

    Uma coisa interessante que notei nessa fase do pós parto, foi a transformação mulher x mãe. Tinha o sono super pesado, mas dormindo perto do bebê, percebi o que é de fato o instinto maternal: a cada respiração diferente, acordava para checar se estava tudo bem…
    Saudades dessa fase! Como é importante esse laço, e justamente nesse momento de descanso, mãe e filho ficarem juntos… por 9 meses ficaram tão grudadinhos! pq justo nesse momento de se conhecer “ao vivo” seriam separados por paredes?

  2. Muito bom o post! Aqui praticamos cama/quarto compartilhada/o até os 18 meses do filhote. Era uma delícia! Recomendo. Beijos

  3. Carla Cunha Costa

    O MAL NÃO É ESSE… O PROBLEMA É QUE SÃO ADULTOS QUE ESTÃO ALI COMPARTILHANDO O QUARTO DO BEBÊ E FAZENDO SEXO – DE TODAS AS FORMAS E JEITOS QUE ACHAM CERTO…. ALGUNS NA MAIOR PROMISCUIDADE… BEBÊS NÃO SÃO BURROS… DEPOIS APRENDEM O QUE NÃO PRESTA E OS PAIS NÃO SABEM PORQUÊ… TODO CUIDADO COM A MENTE DO BEB, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO JOVEM E POUCO! QUE TAL MANDAR O MARIDO PARA FORA DO QUARTO E DORMIR COM O BEBÊ!!? KKKKKKKKKKKKKKKKKK FOI O QUE FIZ!

    • Oi Carla, obrigada pelo comentário. Eu acho que, como tudo na vida, para essa questão cabe o bom senso. Não estou dizendo que crianças devam presenciar momentos de intimidade dos pais – muito menos que bebês são burros! -, mas também não acho que o sexo deveria se tornar um tabu absoluto. A opção de mandar o marido fora do quarto, se for uma decisão tomada em conjunto, é válida, mas não funcionará para todos os casais. O importante é pensar no conforto e na comodidade de todos – mãe, pai e bebê – e testar soluções que deixem todos satisfeitos. Abraço, Clarissa

    • Joice

      Se o marido for compreensivo … No começo pode ser normal mas os casais precisam de carinho de um laço e mandando ele para fora do quarto você está fazendo apenas uma substituição.. apenas uma opnião , Bjos ;)

    • laura pierobom

      Mas eu jamais iria querer dormir longe do meu marido!!! Meus filhos e minha família eu não escolhi, mas meu marido sim, para ser meu companheiro, meu ombro, meu cobertor e até mesmo meu saco de pancada para dias difíceis, somos nosso suporte!!! Acho que a criança pode dormir no quarto dos pais nos primeiros meses, até mesmo para evitar a morte por engasgamento, mas não somos nós que queremos que eles sejam independentes, são eles que clamam independência de nós!!! Cada pessoa quer viver a sua vida, desde que nasce!!!

  4. Aline

    Ameiiii o post, meu bebe tem 12 meses e dorme ainda no bercinho dele, no meu quarto, e minhas noites de sonos são tranquilas, qdo está muito frio ele dorme “SIM” na minha cama e eu e meu marido simplesmente AMAMOS, ter ele do nosso lado, sendo aquecido pelo nosso calor e carinho!

  5. Patrícia Brito

    Acredito que é preciso se criar uma rotina, não vou dizer que um bb com 15 dias tem que ir pro quartinho e pro berço, mas assim que todos os riscos do início da vida ficarem mais distantes, ele precisa sim ter seu espaço assim como os seus pais, minha filha foi pro bercinho aos 45 dias, aos poucos fomos introduzindo a rotina de jantinha, banho e dormir no seu cantinho e hoje, aos 3 anos, não temos problemas nenhum com seu sono, muito pelo contrário, ela mesmo já é tão acostumada que pede pra ir pra cama, sim! hoje ela já dorme na caminha, no seu quartinho de princesa!

    • Oi Patrícia, obrigada por deixar seu comentário. Respeito a sua crença e fico feliz que esse esquema tenha funcionado para sua família. Só não concordo que um bebê “precise” ter o seu espaço. A necessidade de separar bebês e pais é totalmente cultural e recente na história da humanidade. Sinto que muitas pessoas gostariam de ter seus bebês mais próximos, mas não o fazem por acharem que isso pode fazer mal. Acho isso muito triste, pois trata-se de uma norma cultural se sobrepondo ao desejo/instinto materno. Quem quer manter o bebê perto deveria poder fazê-lo sem se sentir culpado ou transgressor. Quem quer seguir o status quo, ótimo também. E, para sua informação, muitos bebês que começaram a vida num esquema de quarto compartilhado escolhem ir para o próprio quarto por volta dos 2-3 anos. Ou seja, o resultado acaba sendo o mesmo. O importante é não ter preconceitos e reconhecer que ambos os esquemas são válidos. Abraço, Clarissa.

  6. Welita

    Parabéns pelo blog. Excelente texto.
    Como você tem muitas experiências em relação a Moisés, gostaria de uma opinião sua. o que você acha em utilizar a “Cadeira 3 em 1 Rocker Napper Tiny Love” , para o bebê dormir até os 3 meses? Acha ele confortável?
    Eu comprei o berço tradicional, mais nos 1° meses não quero deixa-lo sozinho no berço, Como meu quarto é pequeno e não tem como colocar o berço nele. Então gostaria de uma opção que irei usar por mais tempo, mesmo porque o Moisés é caro e só é utilizado por até 3 meses.
    Tem outra opção que me sugerir, que serva tanto para o bebê dormir e depois para outras funcionalidades quando ele crescer e é claro que ocupe pouco espaço.
    Obrigada.

  7. Roberta

    oi clarissa, tenho duas filhas: uma de nove meses e uma de 3 anos. depois que me tornei mãe não julgo nenhum tipo de criação, mesmo as muito diferentes da minha. acho incrível essa opção de se dormir junto com o bebê, mas acho que o maior problema de todos é depois conseguir colocá-lo sozinho no quarto de volta.

    minhas 2 filhas dormiram sozinhas no quartinho burguês (rs) desde o primeiro dia de vida e com um detalhe: eu nunca tirei leite, nem uma gotinha. então eu levantava e dava o afago que elas precisavam amamentando. não me incomodava em me levantar várias vezes durante a noite e achava até uma delícia amamentá-las na cadeirinha de amamentação. um momento nosso, de amor. ( aprimeira amamentei por 9 meses e meio e asegunda por 7 meses e meio, sendo 6 meses de leite exclusivo)

    hoje, colho os frutos de ter feito isso. a minha mais velha dorme sozinha, no escuro, numa boa e a noite toda. a pequena ainda acorda uma vez e eu vou lá no quartinho dela dar a mamadeira (ou o pai, agora q não amamento mais).

    enfim, essa foi minha experiência. acho válido mostrar sempre os dois lados. sem julgamentos, claro. ;O)

    realmente aprendi que na maternidade não existe certo e errado.

    bjs!

  8. Assim como a Patricia Brito, acredito que o bebê precisa sim do seu espaço, pra desenvolver sua independência, mesmo que psicológica. Estou gravida e pretendo manter meu filhote no meu quarto durante os primeiros dias, ou meses. Mas depois ele vai pro quartinho dele, no bercinho. Crianças criadas na mesmo cama dos pais, crescem inseguras e dependentes física, emocional e psicologicamente. Meu enteado tem 8 anos e nunca dorme sozinho. Quando tentamos, ele acorda a noite inteira chamando pelo pai. Não acho isso saudável!

    • Júlia, vc tem alguma evidência para sustentar essa afirmação (sobre a dependência excessiva das crianças que dormem com os pais?). Se tiver, me passa por favor, pois gostaria de ler. No entanto, acho bem difícil isso se provar, pois essa prática tem milênios, ao contrário da nossa mania ” moderna” de separar bebês de suas mães o mais cedo possível. Sobre o seu enteado, acho precipitada a conclusão de que sua dificuldade na hora do sono seja fruto de “maus hábitos” como dormir com os pais (entre aspas pq, obviamente, não considero isso mau hábito). Ele provavelmente está passando por alguma dificuldade que está o deixando ansioso, tenso etc. Torço para que ele se sinta mais tranquilo logo. Boa sorte com a chegada do bebê e volte sempre! Abraço, Clarissa

      • Clarissa, evidencia cientifica?! Não, isso eu não tenho. So falo por experiência, pois ao contrario do que você disse, meu enteado não esta passando por nenhum problema, afinal essa dependência de dormir com alguém não é algo momentâneo, é uma constante na vida dele ha 8 anos, porque os pais nunca estimularam que ele tivesse o próprio espaço. E essa dependência se reflete em outras coisas, que ele simplesmente não consegue fazer sozinho porque é totalmente dependente emocionalmente, principalmente do pai. Ele é extremamente inseguro, impedindo até com que ele relacione bem com outras crianças. Não estou dizendo que o que eu penso é o certo e deve ser feito, só estou ponderando que é importante que cada um tenha seu próprio espaço e saiba lidar saudavelmente com o fato de estar sozinho. Estar sozinho não pode ser sinônimo de abandono. Meu filho pode ter o quarto dele e se sentir protegido e amado da mesma maneira. É o que EU penso.

    • Cristiande dos Santos Makuda

      Oi, sem discutir certos e errados, gostaria apenas de comentar que aqui no Japão, onde moro há 7 anos, os pais dormem com os filhos no mesmo quarto por vários anos, esse é o tradicional, no entanto não vejo por aqui um problema de apego e dependência em massa, pelo contrário. Como aqui a maioria dorme em futons, semelhantes a colchonetes no chão, o padrão é pai e mãe nas extreminades de as crianças no centro, quantas forem, protegidas pelos pais. Depois vão para seus quartos, e se sentem promovidas. Quanto à intimidade do casal, é bom ter bom censo, eu e meu marido saímos do quarto.

      • sonia

        Olha, achei interessante esse seu comentário, minha filha de dois anos dorme no mesma cama! amooooooo, rss e sexo? tem sim obrigada, até pq existe outro quarto, chuveiro, sala, e etc., é só usar a criatividade, e ela se alimenta sozinha, quer ir ao banheiro sozinha, enfim não é como dizem, e essa mania de achar que depois q sai da barriga ja tem q ter seu quarto e logo tem q morar sozinha, eu amo minha cria do meu lado,e tb sei dar os limites necessários!

  9. Adorei o post!
    Tenho um Dinis com 40 meses, que dormiu cmg e com o papá até aos 33. Nessa altura pediu para dormir no quarto dele, onde sempre brincou.
    Agora é a mamã que faz viagens durante a noite para dar maminha! =)

  10. Pingback: Necessidades não atendidas e regressão: fase oral e sono do bebê | Conversando com Bernardo

  11. Gy

    Concordo com o que você descreve em vários pontos do texto. Parabéns! Recebemos por gerações e gerações dicas (ultrapassadas), que infelizmente foram vigorando por acreditarmos ser a maneira correta de agir com as crianças. Quando minha filha nasceu notamos que ela jogava os bracinhos para trás e se assustada bastante. Com ajuda de uma profissional (doula), descobrimos que ela tinha “reflexo de moro” – ainda procurava os limites do útero para se sentir segura? Quanto sentido, não?! A Amelie passou a dormir com a gente (meu marido e eu consentimos tudo que envolva o bem estar dela) no carrinho de passeio, devidamente aconchegada e protegida com mosquiteiro, foi assim até os 8 meses. Amamentava e colocava-a de volta, ao meu lado. Após esse período foi pro bercinho em seu próprio quarto. Como sofremos com noites mal dormidas! Eram tantos os pedidos dela para ficar comigo/conosco, eu não os negava (nunca), mas me levantava até 8 vezes por noite para ir ao quarto, ninar e devolver ao berço; Era insano, eu ia trabalhar um caco, péssima, cansaça ao extremo e com as famosas frases latejando na mente e me maltratando: “não leve pro seu quarto”, “vai acostumar mal”, “isso é errado”. SOCORRO! Não era isso que eu sentia.. Um belo dia me libertei desse porão escuro de dúvidas, ansiedades e incertezas. Meu coração maternar falou mais alto e ela passou a dormir conosco, sim. Noites felizes, sonos de todos assegurado, amor seguro entre pai/mae/filha.

  12. Clarissa, como sempre escrevendo excelentes posts! :)
    Confesso que há alguns anos eu também era dessas que ficava diariamente sonhando com o quarto do meu futuro bebê, olhando berços nas lojas e babando nos mais caros! Porém, fico feliz por ter mudado radicalmente de ideia e ter em mente que o melhor para o bebê é estar perto dos cuidadores! Atualmente planejo o quarto compartilhado, quero um berço desmontável simples ao lado da minha cama e quero, sim, montar um quarto para o meu filho, mas um quarto simples, com um guarda roupa para guardar suas coisinhas, brinquedos e uma cama que ele poderá usar quando tiver idade suficiente para tal! :)

    Parabéns pelo post!
    Bjs

  13. Elisa

    Olá Clarissa,
    tô gravida e moro na Alemanha. Você tem sugestoes pra fraldas de pano (achei o modelo pocket mais bacaninha, aliás apaixonei na Dipano!) e carrinhos de marcas alemas ou mesmo européias? Vi as sugestoes de importados (e vários vendem aqui tb), mas me faltam opcoes mais locais.
    Ah, olha só na minha cidade a companhia de lixo devolve até 30% do valor pago na compra de fraldas de pano ou no servico de empréstimo/lavagem das FP. É muito amor! Já tinha me decidido pelas fraldinhas, mas isso foi um estímulo e tanto.
    Ficou faltando você apresentar os vlies. Eles sao lencinhos finíssimos biodegradáveis (algodao, bambu ou celulose) pra proteger as fraldas de pano do contato com coco ou de pomadas (o xixi passa e a sensacao pro bebe é boa – nao dá assadura). É muito facinho, coloca-se os vlies sujos no WC. Pra quem tem nojinho ou acha trabalhoso passar a duchinha é uma ótima opcao.
    Ah, quanto a onde o bebe vai dormir. Bom, nos primeiros tempos vamos comprar um daqueles bercinhos que ficam juntinhos à cama. Depois a gente vê.

    • Oi Elisa! Parabéns pelo bebê que está chegando! Quer dizer que vc mora na Alemanha? Que sorte! Aí tem várias marcas excelentes de carrinho, cadeirinha e de carregadores de pano pra levar o seu bebê no dia a dia. Para carrinhos, sei das marcas Hauck e Concord- ambas com mais de um modelo. A Hauck também fabrica cadeirinhas pro carro. Eu recomendo que você considere carregadores de pano, tipo o wrap (trage) Didymos – milhares de opções de cor e tecido, além da reputação de ser a melhor do mundo – e os carregadores semi-estruturados como Manduca e Bondolino.
      Infelizmente, para fraldas de pano, a Alemanha não tem tanta opção. Conheço a austríaca Popolini e a sueca Imse Vimse (prefiro esta). As marcas Disana e Storchenkinder são alemãs, e são boas, mas o método é fralda contornada com capa de lã por cima. Depois me fala o que você escolheu :) beijo, Clarissa

      • Elisa

        Oi Clarissa,
        muito obrigada pelas dicas!
        No sábado fomos fazer persquisa de campo. Nao achei nadica de fralda de pano :(. Acabei comprando 2 de marca inglesa (?) na Amazon. As com capa nao achei muito práticas (temos que pensar tb nas cuidadoras da creche), prefiro as lindonas AIO ou pocket. Tô namorando as Totsbots e Bumgenius e vou olhar essas que tu falou. Vamos mudar com o RN, entao no início teremos que usar mais fralda descartável mesmo, daí o plano é comprar só umas 6 de marcas variadas e ir testar. Achei duas marcas de descartáveis mais biodegradáveis (se decompoem em 3 anos em vez de 200), uma é marca própria da rede de perfumaria DM (10 centavos a fralda) e outra é a Molton que se acha em lojas Bio (25 centavos – como a Pampers).
        Quanto ao carrinho, desencantei do Quinny por causa do manuseio e achamos a holandesa Bugaboo tudo de bom, o lancamento Bufallo é de suspirar! Os outros (inclusive Hauck) nao conseguiram agradar eu e/ou marido. Uppababy nao existe por aqui.
        Como os Bugaboo estao bem acima do que queríamos pagar pesquisei na net e achei os lindos Nnorr-Baby (marca alema mesmo) modelo Voletto (nao tinha na loja), mas as resenhas quanto a durabilidade e os 16 kg me desanimaram. Continuando a busca, ainda mais gamada nos Bugaboo depois de ler as resenhas, acho que encontrei a minha solucao, é uma loja que vende Bugaboo Cameleon usados. Eles, além de higienizar, deixam a parte técnica do carrinho perfeita e dá, diferentemente de vendedores particulares no ebay, pra testar ou devolver (se comprar pelo telefone/online). Sai metade do preco e tem várias opcoes de cores (e ainda posso comprar separado só o kit colorido novo). Enfim, to achando mais negócio (além de ser sustentável) comprar um ótimo carrinho de segunda mao que um mais ou menos novo. O Cameleon 2 só tem diferencas mínimas do 3 e com as rodas de neve/trilha fica tao bom pra “off-road” como o Bufallo.
        A cadeirinha nós vamos comprar nova (dica tua que eu concordo, é ítem de seguranca). Aqui cadeirinha é basicamente Maxi-Cosi, bom saber de outras marcas boas.
        Ah, o sling, meu marido foi o primeiro a falar que precisamos de um, mesmo antes de encomendarmos a crianca. Vou anotar as marcas, porque sábado só dei uma olhada e já fiquei perdida na infinidade de modelos e marcas.
        Bjs!

  14. Uau, Elisa, que sorte você tem de estar num país com tanta opção bacana! Quem tem Bugaboo ama de paixão: acho que não tem erro apostar nessa marca, mesmo optando por um carrinho usado (concordo que é muito mais ecológico e faz sentido). Como eu viajo pra Alemanha todo ano a trabalho, por acaso já trouxe as fraldas ecológicas da DM e fez o maior sucesso, viu? Lá também vende roupinhas de algodão orgânico a preços de banana! Onde na Alemanha você está? Conheço uma loja em Frankfurt que vende fralda de pano e uma profissional excelente de ‘babywearing’ que pode te ensinar muito sobre as opções de slings e carregadores. Beijo, Clarissa

  15. Daniela Asfury

    A reflexão é ótima mas por que uma coisa deveria excluir a outra? O bebê que dorme com os pais pode muito bem ter o seu quartinho, até porque dormir é só uma das atividades previstas p/ o espaço. É importante que o bebê tenha o seu próprio espaço, assim as suas coisas ficam melhor organizadas e a criança pode desfrutar de um espaço p/ espalhar os seus brinquedos bem mais à vontade, por exemplo. Essa é a minha opinião enquanto mãe de uma criança de 3 anos (que dormiu na minha cama por um bom tempo), grávida do segundo filho (que vai dormir em um bercinho moisés ao lado da minha cama durante o tempo que for necessário mas que vai sim ter o seu quarto) e arquiteta especialista em espaços infantis.

    • Daniela, sou super a favor da criança ter o seu quarto – só não sei se o berço precisa ser a peça central do mesmo (pelo menos não para quem opta pela quarto compartilhado). Que bacana que você é arquiteta especialista em espaços infantis – deve ser um trabalho muito gratificante! O que você acha do conceito do quarto Montessoriano? Vamos trocar figurinhas! :) Abraço, Clarissa

  16. Elisa

    Aqui tem muita coisa, mas é diferente do Brasil, daí ainda me perco um pouco. Eu vi que você seguido vem pra Alemanha, por isso mesmo te pedi dicas. Eu moro no sul, na fronteira com a Suíca e Franca, Frankfurt fica longe. A DM realmente tem muita coisa de crianca, que bom que as fraldas sao boas! Tinha gostado do preco e do biodegradável. Será uma boa opcao pra viagens.
    As roupinhas só olhando de canto por enquanto, mas já vi em supermercado na Franca tanta coisa charmosa a preco bom, que provavelmente vou comprar o grosso por lá mesmo e deixar os bio-bodys branquinhos pra comprar na DM e afins.
    O carrinho acho que decidi pelo usado mesmo, quando a gravidez avancar vou entrar em contato com a loja. O bebe vai ganhar basicamente tudo novo, nao faz mal o carrinho nao ser 0 km, o importante é ser um que eu realmente goste, estar em perfeito estado e higienizado.
    Bjs,
    Elisa

  17. Daniela Asfury

    Oi Clarissa, adoro a filosofia montessori! Uso sempre o conceito de acessibilidade aos brinquedos em meus projetos, assim também como o conceito de que o espaço primordialmente precisa funcionar p/ a criança (parece óbvio, mas vemos muitos quartos em que isso não foi pensado). Vou deixar o link da minha fanpage no facebook, nela posto meus projetos e idéia relacionadas ao tema espaço infantil, será um prazer tê-la por lá =)
    https://www.facebook.com/DanielaAsfury

  18. caroline

    Oi clarissa, achei bem interessante as ponderacoes,estou pesquisando pra poder tomar a melhor decsao. O cuidado que acho que devemos manter e sobre dormir na mesma cama – ha um numero enorme de mortes deste tipo e, sobre manter relacoes sexuais na presenca do bebe, que tem seus motivos psicologicos especificos. Umabraco, carol

  19. 12121212

    olha dificilmente o miguelzinho vai dormir comigo eu vou usar um berço desmontavel eu morro de medo de criança dormindo junto com o casal mas tambem sei que vai ser dificil durmir no inicio longe dele

  20. Vivian

    Tenho uma bebê de 7 meses que sempre dormiu comigo. Acho uma delícia dormir bem agarradinha com ela, principalmente em noites mais frias. Ali mesmo eu amamento, faço carinho, puxo ela pra bem pertinho de mim só pra sentir seu cheirinho. Meu marido uma vez questionou se aquilo era realmente certo, já que muitos amigos nos criticam. Ai eu respondi: é uma delícia, não é? Então aproveita, passa tão rápido, daqui a pouco ela cresce, se torna adulta e só vai querer dormir com o namorado. Meu marido então vira pro lado, abraça ela e dorme, bem agarradinhos!!!

  21. Pingback: Evolução, exterogestação e como sobreviver aos primeiros três meses | a mãe que quero ser

  22. Isabel Martins

    Meu bebê está com 7 meses e dormimos no mesmo quarto. Na verdade, por problemas vários, estamos na casa dos meus pais e, por isso, não pude fazer o quartinho dele. Antes eu ficava triste porque acreditava que o estava privando do seu próprio espaço, mas hoje acredito que foi até melhor, pois estou por perto sempre que ele precisa. Normalmente, ele dorme no seu berço, mas admito que às vezes ele acaba parando na minha cama, principalmente enquanto o pai está trabalhando em outra cidade (ele só vem nos finais de semana). E estamos todos muito bem com essa dinâmica, por enquanto nenhum trauma…rs. Adorei o post!

  23. Carol Fialho

    Olá…. Adorei o texto e gostaria de dicas de como praticar a cama compartilhada com segurança. Nosso bebê está dormindo conosco, mas ainda estamos inseguros se não a colocamos em risco. Obrigada e abraços. Carol

  24. Lidiane

    Olá Clarissa!!!! Estou muito angustiada por não saber o que realmente é melhor para meu filho, ele tem 2 anos e 7 meses e atualmente dorme no mesmo espaço que eu e meu esposo. Na verdade até um pouco mais de 1 ano ele dormiu todas as noites comigo no meu colo pois ele tinha refluxo e não dormia deitado de jeito nenhum!!! quando ele melhorou do refluxo passei a colocar ele na caminha no mesmo meu quarto e logo depois já passou a dormir no quartinho dele. Agora ele está tendo umas grises alérgicas muito forte. Por eu achar meu quarto melhor para ele, voltamos a dividir o mesmo espaço, mas agora já não sei, com todos esses comentários anteriores, tenho medo dessa história de independência, sei lá… o que você me aconselha fazer? beijos

  25. Joana

    Adorei,dormo com meus dois filho e meu esposo pois existem vários locais na casa para a vida sexual.

  26. Maria

    Eu sou contra o quarto compartilhado, mas a favor de uma visão montessoriana. Eu acho que os bebês, por menores que sejam, devem ser estimulados desde pequenos para serem independentes. É lógico que, para isso, o quarto do bebê deve ser um quarto para ele e não uma quarto lindo para os pais. O que vejo atualmente é uma industria maluca que obriga os pais a montarem um quartinho lindo, mas pouquíssimo funcional para seus filhos. O quarto tem brinquedos, mas é tudo alto e a criança não pode pegar. O berço é lindo mas é quase como uma cela de prisão, a criança só entra e sai dali quando os pais querem. O quarto é todo lindo, mas pensado única e exclusivamente para os pais. Por isso, a pedagogia montessoriana indica que os bebês, desde cedo, devem ter seus quartinhos com um colchãozinho no chão para que possam entrar e sair na hora em que quiserem, sem precisarem de um adulto para tal. A criança deve poder acordar, pegar um brinquedinho se quiser ou mesmo ir engatinhando até o quartinho dos pais. É lógico que os pais devem ter o bom senso de restringir o acesso da criança a determinados ambientes, como banheiro e cozinha e devem cuidar de tirar do caminho tudo o que seja perigoso. Mas isso é simples, basta fechar algumas portas e colocar cerquinhas em outros lugares. Acho que o quarto compartilhado muito arriscado em termos de depedência, tanto da mãe quanto do bebê e o que eu vejo é que normalmente a dependência maior é dos pais. O bebê pode muito bem dormir em seu quartinho, mas os pais (principalmente os de primeira viagem) não conseguem deixar os bebês lá. Além disso, pra quem tem mais filhos (três ou mais, por exemplo), o espaço compartilhado torna-se um transtorno porque uma hora não vai mais caber todo mundo no quarto e você não pode escolher um filho pra ficar e outros pra irem pro quartinho. E com o tempo, a criança não vai querer ir de jeito nenhum pro quartinho dela, porque é lógico que estar do lado dos pais é muito melhor, então pra quê a criança vai querer sair dali?

  27. Pingback: Mãe não é tudo igual | Papais Adotantes

  28. Monise

    Olá! Tenho pensado bastante a respeito de como atender as necessidades do meu bb que virá em breve. Tenho o moisés e estava em dúvida sobre utilizar ou não. Seu post, que foi uma indicação de leitura de uma amiga, me ajudou muuuito e nós (o papai e eu), já achamos a ideia de ter o nosso pequeno por perto o máximo, afinal além de atender as necessidades dele, atendemos a nossa também!!! Mas gostaria de uma opinião: as sonecas diurnas podem ser feitas no berço no quarto dele? Qual a sua experiência?
    Parabéns pelo blog!!

    • Sonia

      Monise, no meu caso minha filha faz três anos mes que vem e ainda dorme na minha cama, mas os soninhos do dia as vezes é no quarto dela ou no meu, mas como ela ja vai fazer três anos ja está querendo ter seu espaço, muito fofa, ela quer uma cama de princesa, resultado agora vou redecorar o quarto dela de acordo com a idade, mudar e adaptar algumas coisa, e assim, a partir dos tres anos ela ira para o quarto dela, como voce pode ver, as coisas acontecem naturalmente, o que ocorre é que muitas vezes nossas ansiedades atrapalha, ja estou com saudades em saber que daqui alguns meses ela estará no quartinho dela com as coisinhas dela, vivendo a vida dela, rs! bjos

  29. Raisa Arruda

    massa ó, postei hoje sobre cama compartilhada, e por acaso acabei nesse post! hahaha.. adorei ;)

  30. Natielle luise

    Olá!
    Sou nova por aqui mas eu simplesmente AMEI ao seu post.
    Meu filhotinho tem 4 meses e desde sempre dormiu comigo e meu marido no meio da cama. Por pressão de parentes, houve inúmeras tentativas frustadas de colocá-lo no bercinho no quartinho dele, maaaas meu instinto de mamifera era sempre em trazer a cria para perto, para o calor do corpo. Ele durante o dia passa horas no quartinho dele, brinca com o mobile no bercinho… Ele ama o quartinho, mas a hora de dormir é pertinho da mamãe, segurando a minha mão. A possibilidade de ser a criança insegura no futuro?de ser dependente a vida inteira?de ter medo em ficar sozinho ou tomar decisões sozinho?Eu não sei, e nessa momento não quero saber porque o futuro a Deus pertence… Quero aproveitar o hoje e o agora beeeem pertinho dele, pois é o que faz diferença para nós 3( eu, bebê e o pai) nesse momento. Obrigada por tudo pois consegui desabafar e perceber a quantidade de benefícios para argumentar com a sociedade materialista e individualista na qual eu convivo. Eu e meu marido decidimos em um parto humanizado, será que possamos criar o nosso bebê humanamente também???? Siiiiim!!!!!!

    • Natielle, o importante é encontrar pessoas que pensam como você para receber apoio e trocar ideias de um ponto de partida semelhante. Independente das escolhas, é mais do que natural duvidar das consequências das mesmas, mas acho que ouvir o coração, como você está fazendo, é um bom caminho. Você já ouviu falar em Criação com Apego? Talvez você encontre sua tribo. Entra lá no Grupo de Facebook! Abraço, Clarissa

  31. Pingback: Essa história da cama compartilhada | Barriga de bebê: o que as mães não dizem…

  32. Luciana

    Muito legal este post! Estava procurando por estas respostas. Primeiro por que não tenho condições financeiras para mudar para uma casa que tenha um quarto apenas para o filho, e não quero que essa questão me impeça ou adie o meu sonho de ser mãe.
    Eu, como milhares de outras famílias, passam por isso. Mas fica minha dúvida: até qual idade do filho a gente vai conseguir compartilhar o quarto?

    • Luciana, acho que cabe a cada família ver o que funciona para si, até porque muita gente no mundo não tem a opção de ter uma casa com muitos cômodos. A ideia deste post era incentivar a prática do quarto compartilhado para pais de bebês que mamam à noite, para facilitar a amamentação e os cuidados com o bebê durante a noite. Abraço, Clarissa

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