Depois de uma série exaustiva de posts “políticos”, prepare-se para um bastante pessoal. Como não apareço aqui no blog há um bom tempo, considerei escrever algo sobre parto (que eu amo e que dá ibope), sobre doulas (já que as cariocas acabam de criar um núcleo muito legal e informativo) ou sobre cólica do recém-nascido (assunto super pertinente sobre o qual andei lendo recentemente), mas a verdade é que ainda estou digerindo uma decisão totalmente inesperada que fui forçada a tomar, e não consigo pensar em outra coisa.
Foi uma decisão profissional – racional -, mas, ao mesmo tempo, foi profundamente pessoal e emotiva. Decidi sair do emprego que adoro e aceitar a proposta de um concorrente. E um dos fatores decisivos foi um elemento que nem existe ainda na minha vida: meu(s) filho(s). Troquei o emprego que amava, num lugar bacana, deixando para trás amigos e outro tipo de “filhos” (os livros que edito) por um perfil de emprego novo em outra editora. Esse novo cargo promete ser interessante e desafiador, e não representa nenhuma perda salarial. Também não posso reclamar da empresa: todos dizem que ela é nota mil. Então, que história é essa de sacrifício? você deve estar pensando.
É sacrifício porque amo o lugar onde trabalho. É sacrifício porque deixei na mão um chefe que admiro muito, num momento delicado, e ainda não me perdoei por isso. É sacrifício porque não estava pronta para sair, para por um ponto final nessa história, que significou tanto para mim. É sacrifício porque a mudança para qual estava me preparando era de começar uma história nova como mãe – e não como editora!
É claro que foi muito bom ser convidada para um cargo de responsabilidade numa empresa respeitada e bem-sucedida, ver meu valor como profissional reconhecido dentro e fora do meu emprego atual. E estou animada com o novo trabalho. Na entrevista, senti uma forte empatia com a pessoa com quem estarei trabalhando, e meus futuros chefes são pessoas que me inspiram e que certamente têm muito a me ensinar. Ou seja, tenho grandes expectativas de que se comprove uma escolha sábia – tanto profissional, quanto pessoalmente. Mas não vou mentir: doeu.
Foi a primeira vez na vida que escolhi sair de algo bom, promissor e feliz para começar algo novo, correndo o risco de não gostar, de quebrar a cara, de ser menos feliz. Mas fiz tudo isso pensando na mãe que quero ser: uma mãe presente, que não leva (tanto) trabalho para casa, que tem o fim de semana inteiro para se dedicar ao filho exclusivamente, que não precisa dividir o filho em carne e osso com os “filhos” de papel. Pelo menos não até completarem 2 ou 3 anos.
E olha que nem sou mãe ainda! [E agora essa mudança signfica adiar um pouco mais esse plano, infelizmente…] Imagino que muitos outros sacrifícios me aguardam nessa aventura chamada maternidade.
E vocês, quais sacrifícios escolheram fazer em nome de seus filhos?